quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Zilda Arns morre no terremoto do Haiti e deixa milhões de órfãos abalados


“Considero que o maior problema do Brasil não é a fome, mas, sim, a miséria e a pobreza. Dar cesta básica não erradica a fome nem a miséria. Esse tipo de ação sacia momentaneamente a fome. Acredito que isso, aliado a medidas estruturais, como dar a essas comunidades saneamento básico, boas escolas, oportunidades de lazer e trabalho, é o que realmente fará a diferença.” (Zilda Arns)



Triste e lamentabilíssima a morte da coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Dra. Zilda Arns Neumann, as 73 anos de idade, que está entre as vítimas fatais do terremoto que assolou o Haiti.

Médica pediatra e sanitarista, que chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz, por duas vezes, foi uma aguerrida combatente na luta contra a desnutrição e à mortalidade infantil. Salvou inúmeras vidas com a sua multimistura que tinha entre seus ingredientes a simplicidade da composição por farelos (de arroz, de trigo, e/ou de milho), sementes (de abóbora, melancia e/ou gergelim), pó de folhas verde-escuras (de aipim, de batata-doce e de abóbora) e cascas de ovos trituradas; com suas variações regionais em sua formulação pelo Brasil afora e adentro, mas fundamental para debelar a fome entre recém nascidos menos abastados de nossa sociedade.

"Ela morreu de uma maneira muito bonita, morreu na causa que sempre acreditou", comentou hoje o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, ao saber da morte de sua irmã, a médica Zilda Arns, no terremoto no Haiti. D. Paulo foi avisado por telefone pelo chefe de Gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Pela relevância e docilidade de seus gestos em vida, a Dra Zilda Arns cabe aqui entre aspas.

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