sexta-feira, 30 de abril de 2010

58º CONEG: UNE finaliza o encontro sem apoio a candidatos

58º CONEG: UNE mantém independência

A UNE decidiu em votação que marcou o final do 58º Conselho de Entidades Gerais que se manterá independente e não apoiará candidato nas eleições para a presidência da República. A decisão, afirmou Augusto Chagas, presidente da entidade, foi tomada em nome da unidade do grupo.

A discussão sobre a sucessão do presidente Lula encerrou o 58º Conselho de Entidades Gerais (CONEG da UNE), realizado de 22 a 25 de abril no Rio de Janeiro. Foram três dias de intensos debates, nos quais estudantes e convidados discutiram a educação – privada e pública no que se refere ao acesso, manutenção, financiamento-, além de temas como saúde, meio ambiente, diversidade, comunicação, tecnologia e, entre outros, política. Tudo com o objetivo de elaborar o Projeto Brasil, com propostas dos estudantes para os candidatos às eleições presidenciais.

"Quem deve ter candidatos numa disputa eleitoral são os partidos políticos. A UNE deve contribuir com aquilo que há de mais valioso na nossa trajetória, que são as propostas”, afirmou. Mas salientou que os estudantes não ficarão de fora do debate. “Nós vamos lutar para que o Brasil não retroceda a determinadas políticas que, na nossa opinião, são negativas".

A expectativa era de que fosse votada uma moção de apoio à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, defendida por uma corrente minoritária na UNE. “Conseguimos reafirmar a independência e a pluralidade da UNE. Houve três sugestões em relação ao Projeto Brasil, que tiveram o mesmo tempo de defesa. Os delegados decidiram. A instituição só tem o prestígio que tem porque sempre conseguiu pautar as grandes questões nacionais, aquilo que interessava à maioria da população, e porque conseguiu conviver com as diferentes opiniões”, declarou Chagas. A proposta aprovada pela maioria dos 300 delegados faz críticas ao discurso neoliberal que ainda sobrevive no país. Esse é um consenso: a luta pelo Estado forte, oposta à política neoliberal do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

* Sobre o projeto Brasil
É o documento que atualizará a opinião da UNE sobre temas como Educação, Desenvolvimento Econômico e Social, Cultura, Esportes, Saúde, Comunicação, Meio-Ambiente, Democracia, entre outros, com o objetivo de pautar a sociedade brasileira, além de subsidiar o debate de idéias do segundo semestre de 2010, ano de eleições presidenciais.
Informações extraídas do site da UNE

domingo, 25 de abril de 2010

Ministro Alexandre Padilha participa do 58 CONEG

(ministro Padilha ao centro, expõem suas ideias - foto Emerson Menezes)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participou ontem , dia 24 de abril, penúltimo dia do 58o CONEG. Padilha, que além do cargo, ganhou também o título de ministro mais jovem do atual governo; levou para um grupo de delegados do encontro da UNE a importância da juventude em se apropriar das discussões sobre as propostas de governo dos futuros representantes do país.

Em sua exposição quanto a participação políticas das juventudes nos grêmios e DCEs por todo o país, o importante não é definir e postar-se ao lado de um candidato específico, mas fomentar o diálogo e as discussões necessárias sobre as reais necessidades, não só dos jovens brasileiros, como também, da sociedade como um todo. E assim, chamando os candidatos a falar nas universidades, avaliar quais são suas reais intenções e plataformas de governo; poder fazer de fato uma real avaliação do que se pretende para o futuro deste país.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre um grafite de Marcelo Ment na Vila da Penha

No final da pequena Rua Frizia, quase esquina com a Rua Ápia, Vila da Penha -bairro da zona norte do Rio; encontra-se este grafite de Marcelo Ment, em homenagem a Bezerra da Silva.

Já conhecia este grafite bem antes de ter tido o prazer de conhecer o Ment pessoalmente. E sempre me cobrava pelo fato de não tê-lo fotografado ainda. Pois para uma obra de arte urbana, exposta às intempéries; somente uma foto para registrá-la efetivamente.

A obra de um controlado e bem elaborado jogo de cores e formas, remeteu-me, em seu formato, a um brasão. A figura central, em primeiro plano, em tons pastéis e sobre fundo azulado de uma favela estilizada; traz um Bezerra que porta o seu cavaquinho de forma firme e com muita personalidade - bem como a sua postura em muitas de suas composições. O brasão é fechado, com uma faixa abaixo, com uma única palavra - PAZ, que dispensa maiores comentários. Ladeando a figura de Bezerra, ramas de flores reafirmam no grafite a homenagem que se quer fazer ao artista. Um detalhe interessante - o pingente no cordão de ouro é uma pequena lata de spray - numa metalinguagem pura e sofisticadíssima!

Esta obra é importante pois fala de nossa cultura, tão esquecida nos livros estudantis e nos livros de conhecimentos gerais, que deveriam falar dos artistas que estão fora dos meios tradicionais de exposição, assim como o são, os próprios grafiteiros; para que os conhecêssemos devidamente. Por isso e o todo mais do grafite, cabe aqui entre aspas.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Belo Monte: projeto fadado ao fracasso compra briga com os movimentos sociais e os povos indígenas do Xingu

(foto no Monte Pascoal - sul da Bahia, por Emerson Menezes)
Hoje, dia do índio, não nos esqueçamos do imbróglio a respeito da usina hidrelétrica de Belo Monte que pode estar próximo de um desfecho, amanhã, dia 20 de abril – data do leilão.

Obra essencial à segurança do abastecimento energético – e ao cumprimento da promessa do governo Federal de que não se repetirá um racionamento -, pois Belo Monte, no rio Xingu (PA), terá capacidade de geração de 11.233 megawatts (MW). Itaipu, a maior usina brasileira, pode gerar até 12,6 mil MW.

Contudo, os impactos ambientais, econômicos e sociais que atingirão aquela região do rio Xingu, provavelmente, não estejam sendo vistos com o devido cuidado. Será que mais uma vez interesses econômicos e políticos prevalecerão sobre a Justiça? Quais os reais impactos sobre os povos indígenas do Xingu?

sábado, 10 de abril de 2010

Lagoa Alagada

(ou, Tá tudo conurbado)

O lado A afogado,
com tudo submerso
e todos submetidos.

Apesar da força das águas
não subirem aos céus,
à poça de lama muitos cedem.

A presença da água
conurba tudo, e, assim,
aproximados, igualam-se.

"lado A, lado B, lado B, lado A"

(foto e título de Gabriel Tarnapolsky)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Em Niterói, chuvas revelam imagens que os governos sempre tentaram esconder

Por Fatima Lacerda

O assustador número de mortes que não para de crescer em Niterói, uma das cidades até então consideradas de melhor qualidade de vida no Estado do Rio de Janeiro, obriga a uma reflexão sobre a imagem que os governantes tentam passar do município e a dura realidade das áreas periféricas, favelas e bairros da zona norte.

Por parte das autoridades, daqueles que deveriam implementar e propor soluções, até agora se ouviram apenas respostas prontas e evasivas. São declarações que, inevitavelmente, responsabilizam os pobres pela tragédia que já contabilizou centena e meia de mortos e a cada hora que passa, o número aumenta.

“Quem mandou morar em área de risco?” – é a resposta mais comum e previsível. Ora, ninguém espera que um prefeito ou governador tenha poderes de super-herói. Que resolva as mazelas do adensamento das cidades e da falta de estrutura urbana com varinha de condão. Não se trata disso. Mas que, pelo menos, lance um olhar para a pobreza, elabore projetos de contenção de encostas, melhore a limpeza e o recolhimento de lixo nessas áreas, discuta a construção de casas populares e desenvolva propostas de urbanização.

No caso de Niterói, lugar onde vivo há 35 anos, onde nasceram e foram criados meus filhos e neta, posso afirmar com pesar, mas sem risco de cometer injustiça: as chuvas derrubaram os muros que separam as áreas nobres dos morros, sempre escondidos, camuflados, completamente ignorados pelas políticas públicas.

Quem vive na Zona Sul de Niterói tem dificuldade de enxergar as favelas. Costumam ficar encobertas por muros, por árvores. A impressão que se tem e o marketing que se vende da cidade é de que Niterói é uma região de classe média e classe média alta, de pessoas brancas, muitas de sobrenome empolado, descendentes de europeus, com razoável poder aquisitivo e bom nível de instrução. A maioria dos niteroienses gosta de acreditar nessa farsa.

Mas basta chegar ao centro da cidade. Já no terminal de ônibus o asfalto está cheio de buracos, enquanto a Praia de Icaraí está sempre impecável. A iluminação, na Zona Sul, está ótima. Os jardins foram renovados. No entanto, a tragédia que deixou à mostra as vísceras da cidade, que se orgulhava em alardear sua alta qualidade de vida, dispensa palavras.

Não é preciso dizer que existem regiões completamente esquecidas, há anos, onde as reivindicações dos moradores ficam nas gavetas, como já afirmaram os representantes da Associação de Moradores do Morro do Estado que, nesta quinta, em meio à comoção geral, realiza uma assembléia para tocar nessa dolorosa ferida.

Diz-se que Niterói tem um bom programa de saúde nas comunidades, sendo pioneira na adoção do “médico de família”, inspirado na experiência cubana. Vá lá. Não é hora de avaliar criticamente a quantas anda o “médico de família”. Mas por que não copiar outras políticas públicas de Cuba? O país tem sido vítima de grandes tragédias naturais nos últimos anos, mas se orgulha de ter um programa preventivo que tem evitado milhares de mortes. Apesar do bloqueio econômico – o maior de todos os desastres – o recorde de mortes por tragédias desse tipo em Cuba foi registrado em 2005, quando 16 pessoas perderam a vida, na passagem do furacão Dennis.

Nesse sentido, no contexto da região metropolitana do Rio, o município de Niterói está mais para o Haiti do que para Cuba. No Haiti, recentemente, morreram 200 mil pessoas, naquele que foi considerado o mais trágico desastre já enfrentado pela ONU, em 60 anos de existência. Maior que o tsunami na Ásia, em 2004. O terremoto do Haiti, na escala Ritcher, foi menor que o do Chile. Mas o número de mortos foi infinitamente maior.

Então, não são apenas as forças da natureza. Esta não é uma tragédia sem culpados. Hoje eu estou com vergonha da minha cidade. Do desgoverno da minha cidade. Da invisibilidade a que têm sido relegados os mais pobres e os bairros periféricos. A chuva derrubou os muros. Descobrimos que o Haiti também é aqui. E agora, Sr. Prefeito?


Fonte: Fatima Lacerda é jornalista da Agência Petroleira de Notícias.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Locais que estão recebendo mantimentos por conta do temporal no Rio

Morro dos Macacos
Local de entrega de doações: Centro Comunitário Raiz e VidaEndereço: Av.28 de setembro 406/sala 02 - Vila Isabel
Telefone para contato: Márcia Helena, 9633-4982 (fazer contato antes da entrega)

Morro do Borel
Local de entrega de doações: CIEP da Rua São Miguel (Borel) ou Posto de Saúde Telefones para contato: Renata, 9154-4938 Maiores Necessidades: Materiais descartáveis (copo, prato, fraldas...)

Andaraí
Local de entrega de doações: Associação de Moradores João Paulo II Endereço: Rua Sá Viana, 269 – Grajaú.
Telefones para contato: Edson, 81859498Maiores Necessidades: colchonetes, materiais de higiene pessoal, alimentos

Cerro-Corá e Guararapes
Local de entrega de doações: Padaria do Geneci Endereço: Rua João Delerri, 68 - Cosme Velho. Telefones para contato: 9189-1904 e 9154-0975 (falar com Fátima)Maiores Necessidades: alimentos (principalmente para bebês: papinhas e leite), roupas, água e calçados para crianças e bebês

Morro do Turano
Local de entrega de doações: Colégio Estadual Herbert de Souza
Endereço: Rua Barão de Itapagipe (próximo ao número 311 ) – Rio Comprido
Contato: Gisele - 78968200Maiores necessidades: Fralda, absorvente, mamadeira e leite em pó.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

à catástrofe no Rio: um poema que lamenta


Aterrado(r)

Nuvens negras carregam-se
de plúmbeo pesar.
Tão cheias de si,
que despejam-se em barrigas
d'água sem fim.
Enfim (e hoje, infelizmente);
tudo que é líquido
joga-se à terra.

(fotos e texto - Emerson Menezes, às mortes trágicas do RJ)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cadê a Fundação Cacique Cobra Coral!?

Cadê a Fundação Cacique Cobra Coral!? O prefeito Eduardo Paes ainda mantêm este contrato? São perguntas que neste momento não querem calar.

Tristes os anos de 1966/ 1988/ 1996 e este 2010 - quando mais?

segunda-feira, 5 de abril de 2010