Vendo a foto acima, extraída da internet, de uma localidade em Tegucigalpa, Honduras; verifiquei o quão próximos estão de nós (ou nós deles), não apenas na questão da proximidade geográfica, mas também por socialmente estarmos bem equiparados.
A rua acima poderia estar em qualquer bairro periférico, no zona norte ou na baixada fluminense: casas simples, com grades nas portas e janelas, de características arquitetônicas, como muitas outras semelhantes por cá; o adensamento desorganizado da fiação elétrica; a apropriação das encostas, destruindo-se a vegetação morro acima; o próprio adensamento urbano; tudo isso faz paralelos com a nossa realidade, que também igual, deixou-se moldar aqui e acolá e dar o seu "jeitinho".
Se para além disso, pensarmos que por cá também tivemos nossos direitos cerceados e nosso livre trânsito impedido, tendo sido nossa democracia usurpada; sentiremo-nos muito mais irmanados e congregados com nossos vizinhos de continente.
Independente do gesto de seu presidente eleito Manuel Zelaya, almejar a mudança da Constituição de seu país, em busca da possibilidade de uma reeleição; é inadmissível que a força dos canhões se coloque contra civis, e bombas sejam lançadas sobre a população que se coloca, que se manifesta.
Colocando-me lá, como aqui agora estou, não saberia dizer ao certo, como me portaria tendo o meu direito de ir e vir subtraído; como por lá se obrigou, com o toque de recolher. Mas poderia, facilmente, projetar-me assim: num bairro pobre de periferia...