segunda-feira, 6 de julho de 2009

Parecia cinema...

Testemunhei uma cena interessantíssima, hoje à tarde, dentro de uma composição do metrô: quatro crianças da rede Municipal de Ensino, que em conjunto, repassavam a lição de casa, lendo-a em voz alta durante a viagem.

Todas estavam com seus cadernos abertos; que aproveito agora para mencionar logo - eram de um capricho absurdo, com caligrafias limpas e corretas . Liam de voz alta, mas não o suficiente para atrapalhar a viagem dos demais, mas nem tão aquém, que não pudessem ser notadas pelos que estavam mais próximos. Liam se intercalando como quem recita um jogral, como quem ensaia para um espetáculo, uma performance. Desatentos e desapegados de nós, os demais dentro do vagão, cuidavam apenas de si. Chamavam a atenção - fato - , simplesmente, pelo incomum da coisa.

Não ficaram muito também, o tempo de duas ou três estações apenas. Desceram e saíram como entraram: passando por cortinas de aço inoxidável e vidro, como cortinas teatrais, que demarcam cenas e acontecências. Deixaram-me ali, como que a imaginar, que um outro mundo é possível sim. Por isso, todo este relato cabe aqui, entre aspas.

Olhei ao meu redor procurando por sinais de uma produção cinematográfica. Nada. Algum indício para um curta, um longa metragem, um documentário que fosse. Nada. Mas o fato é que pelo inusitado, parecia cinema.

2 comentários:

Anônimo disse...

A esperança é a última que morre...positividades!

Flávia disse...

Quem sabe esses tem futuro diferente!!!