sexta-feira, 3 de julho de 2009

A poeira sob e sobre os tapetes azuis do Senado



O que acontece dentro de uma das casas políticas mais importantes deste país?

As notícias que chegam da casa de tapetes azuis, dia-a-dia, mostram o quão sujo anda aquele tapete. São poeiras que se arrastam historicamente pela Casa, em seus mandos e desmandos; usos e desusos; apadrinhamentos espúrios; medo de perda de poder; vários indícios de corrupção e outros chorumes que fedem e degradam a política brasileira.

Caso saia de cena o atual presidente da Casa (que já disse não estar ali para limpar a sujeira das lixeiras e demais coisas menores); quem entra em seu lugar - pasmem – é o Senador Marconi Perillo (PSDB – GO), o atual vice-presidente. Acontece que o ilustre senador carrega consigo, da época que era governador de Goiás, nada menos que quatro inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitações são as acusações impetradas contra o possível sucessor de Sarney, até que as novas eleições aconteçam.

Pelo que se vê, portanto, é a simples tentativa de se trocar seis por meia dúzia e, principalmente, evitar a desarticulação no Palácio do Planalto em seus objetivos de deixar a herdeira de Lula, com as devidas parcerias com o PMBB – mas está difícil sustentar o insustentável.

É triste, ainda, ver as cenas bizarras do senador Arthur Virgílio, mostrando-se indignado: rosto vermelho, pronto a explodir de tamanha indignação farsesca, querendo se passar por pessoa ilibada e correta – não sei se cenas como essas nos servem para rir ou chorar, pois seria trágico se não fosse cômico.

Eu mesmo, que tive que dividir o imposto de renda deste ano em oito parcelas, para poder pagá-lo; sinto-me roubado quando vejo os esquemas delinqüentes de desvio de dinheiro do contribuinte escoando pelo esgoto, para os bolsos desses senadores, seus padrinhos e familiares. Isso sem falar em outros casos, de outra casa, esta de tapetes verdes, onde se deu a absolvição do deputado do castelo Edmar Moreira. Mas esta história cabe em comentários futuros (e não nestas aspas), pois é muita poeira para pouco tapete e pouca vassoura para muita poeira...

Não sei o que há de ser. Talvez nem o senador José Sarney saiba, assim como, os seus pares no Senado, como o senador Agripino Maia (líder do DEM na Casa), que disse que a escolha terá que se dar, para alguém “muito parecido com Jesus Cristo”, e, se for mulher, com “Nossa Senhora”; mas encontrar-se-á este nome entre os 81 senadores em Brasília? É poeira pura.

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