quinta-feira, 13 de novembro de 2008

..., mas uma análise cinematográfica é pertinente, neste caso "Mauá, o Imperador e o Rei".

FILME: MAUÁ, O IMPERADOR E O REI (Brasil. 1999) DIREÇÃO: Sérgio Resende ELENCO: Paulo Betti, Malu Mader, Othon Bastos, Antonio Pitanga, Rodrigo Penna; 134 min.

RESUMO - O filme mostra a infância, o enriquecimento e a falência de Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), o empreendedor gaúcho mais conhecido como barão de Mauá, considerado o primeiro grande empresário brasileiro, responsável por uma série de iniciativas modernizadoras para economia nacional, ao longo do século XlX. Mauá, um vanguardista em sua época, arrojado em sua luta pela industrialização do Brasil, tanto era recebido com tapete vermelho, como chutado pela porta dos fundos por D. Pedro II.

CONTEXTO HISTÓRICO A aprovação da Tarifa Alves Branco, que majorou as taxas alfandegárias, e da Lei Eusébio de Queirós, que em 1850 aboliu o tráfico negreiro, liberando capitais para outras atividades, estimularam ainda mais uma série de atividades urbanas no Brasil. Foram fundadas 62 empresas industriais, 14 bancos, 8 estradas de ferro, 3 caixas econômicas, além de companhias de navegação a vapor, seguros, gás e transporte urbano. Nessa realidade, destaca-se a figura de Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de Mauá, símbolo maior do emergente empresariado brasileiro, que atuou nos mais diversos setores da economia urbana. Suas iniciativas iniciam-se em 1846, com a aquisição de um estabelecimento industrial na Ponta de Areia (Rio de Janeiro), onde foram desenvolvidas várias atividades, como fundição de ferro e bronze e construção naval. No campo dos serviços Mauá foi responsável pela produção de navios a vapor, estradas de ferro comunicações telegráficas e bancos. Essas iniciativas modernizadoras encontravam seu revés na manutenção da estrutura colonial agro-exportadora e escravista e na concorrência com empreendimentos estrangeiros, principalmente britânicos. Essa concorrência feroz, não mediu esforços e em 1857 um incêndio nitidamente provocado destruiu a Ponta de Areia. Suas iniciativas vanguardistas representavam uma ameaça para os setores mais conservadores do governo e para o próprio imperador, que não lhe deu o devido apoio. Sua postura liberal em defesa da abolição da escravatura e sua atitude contrária à Guerra do Paraguai, acabam o isolando ainda mais, resultando na falência ou venda por preços reduzidos de suas empresas.


Sinopse: Irineu Evangelista de Souza nasceu no Rio Grande do Sul e aos 9 anos, órfão de pai, vai para o Rio de Janeiro trabalhar no comércio. Graças a sua impressionante capacidade para os negócios, ganha o reconhecimento do escocês Richard Carruthers, que o "educa" segundo as inovadoras regras do liberalismo. Poucos anos depois, Carruthers volta para a Inglaterra deixando Irineu no comando dos seus negócios. Ele tem 22 anos.Em viagem à Inglaterra, Irineu fica maravilhado com as fábricas de Liverpool e resolve mudar o rumo de seus empreendimentos. Constrói a primeira indústria brasileira - uma fundição e estaleiro em Ponta de Areia. Funda o Banco do Brasil. Constrói nossa primeira ferrovia e a usina de gás que trará a iluminação à capital do Império. Desenvolve a Cia. de Navegação do Amazonas, cria novos bancos no Brasil e no Uruguai e traz para o país o primeiro cabo submarino do telégrafo.Aos 30 anos, Irineu já é a maior fortuna do Império e se casa com sua sobrinha, May. Através de associações com os ingleses, o Barão e depois Visconde de Mauá prospera a ponto de ser considerado o homem mais rico do mundo.Inicia-se um processo que vai minar sua fortuna. Aos 60, vítima de um confronto com adversários poderosos - o Império e os capitalistas ingleses - o Visconde de Mauá enfrenta uma falência humilhante da qual se recuperará anos depois, pagando todas as dívidas.

Outros pontos interessantes a serem destacados:

É interessante avaliar a reconstituição de época que é feita do Rio de Janeiro desse período, onde boa parte do sociedade escravagista é mostrada. O mercado negreiro, é bem situado nas vendas, ou seja, no mesmo espaço onde eram negociados o açúcar, o charque e a farinha de trigo. Verificando-se tambem que praticamente 190 anos atrás, uma sociedade escravocrata que mantinha seus produtos acorrentados e sob constantes castigos.

Uma outra cena interessante, que revela bem a sociedade desse período, são os despejos que são feitos na Baía da Guanabara pelos escravos, que carregavam os dejetos em grandes recipientes, e à noite saíam para despejar os dejetos.

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