segunda-feira, 10 de novembro de 2008

“mesmo vosso mau amor de vós vos faz do isolamento um cativeiro" - Nietzsche

sou eu sou tudo sou nada


Eu não sou menos que um,
embora muitas vezes
até em minha completude
não consiga ser inteiro.
Eu sou muitos, todos equacionados
numa fórmula que se estende ao infinito nevoeiro.
Sou dividido igual o Visconde Partido ao Meio.
Eu sou o incesto de um filho
que ainda não veio.
Eu sou o veio que se partiu
de variados afluentes desaguados.
Eu sou tanto e vários,
que alguns vão de aristocratas a operários.
Eu sou a mistura heterogênea da corrente,
ainda que infiltrada no beirado isolado
que transborda.

(em agosto de 2007)

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